The Feeling of Falling 1 e 2, 2022, acrílico s/tela, 40x60cm
Nesta memória descritiva vão ser relatados todos os passos dados para a concretização do Trabalho Livre do 3.º período do 12.ºano. Foram concretizadas duas telas, uma com 40x30cm e outra com 40X60cm, recorrendo a tinta acrílica.
A obra da pintora Frida Khalo sempre me fascinou. Considero única a sua forma de representar o sofrimento e as tragédias que ocorreram durante a sua vida. Para este trabalho, decidi tentar expressar um pouco mais da minha essência, tal como a Frida fazia.
A ideia surgiu ainda no final do 2.º período, durante uma aula onde rabisquei rapidamente no caderno um esboço do que pretendia fazer. Queria trabalhar em duas telas que representariam a dualidade corpo/mente. No entanto, quando, mais tarde, realizei um estudo mais detalhado, o trabalho elevou o seu significado para outros níveis mais pessoais.
Se houve algo que aprendi nestes últimos tempos, foi que não adianta tentar fugir do que nos inquieta e ignorar as nossas feridas, por mais difícil que possa ser. Como habitual, desenhei vários elementos símbolos com significados ocultos. Desta vez, não pretendo dar muitas explicações acerca de cada elemento, pois para além de possuírem um significado muito pessoal que não me sinto devidamente confortável a partilhar, penso que estaria a retirar à Arte uma das suas características mais belas: a livre
capacidade de interpretação, sendo que nenhuma das diferentes interpretações pode ser considerada mais certa ou melhor que a outra.
Irei somente esclarecer a numerologia presente. O V (5) consiste num número que me representa, já que nasci no dia 5, e o 1111 está associado à clareza emocional, orientação e independência emocional. Após o esboço inicial nas telas, parti para a sua pintura. Esta parte foi a mais demorada e trabalhosa, confesso as dificuldades que tive ao pintar a pele com os seus diferentes tons. Demorei cerca de 3/4 dias a finalizar o trabalho.
Para concluir, tenho de admitir que foi complicado realizar estas obras. É árduo encarar a realidade que passamos a vida a tentar disfarçar. Dar uma forma física ao sofrimento é como uma confirmação da tristeza. Sinto-me dividida na minha análise final do trabalho. Sinto-me livre e orgulhosa por finalmente ter encarado os meus problemas ou sinto pena de mim própria por me sentir assim? Talvez seja esta a beleza dos quadros, pelo menos, não sinto a necessidade de encontrar uma resposta.
Deixando uma nota final, por mais que tenha representado um tema angustiante, não quero deixar de retirar uma visão otimista da vida. É crucial apreciar o lado bom das coisas, mas é também muito importante conhecer o nosso próprio interior para podermos ultrapassar mais facilmente as dificuldades que o futuro trará...
Escola Secundária de Águas Santas, 1 de junho de 2022
Beatriz Maria Pereira, n.º1, 12.ºD
YOBEA
“Balança a tua energia para criar harmonia”
Nesta memória descritiva vão ser relatados todos os passos dados para a concretização do Trabalho Livre do 2.ºperíodo do 12.ºano. O suporte é uma tela (40x50cm) e recorri a tintas acrílicas das mais variadas cores.
Segundo a numerologia, o número 222 está relacionado com a procura por equilíbrio/harmonia, com a disposição para a inovação e com a procura novos projetos, resolvendo os problemas que possam surgir.
Tal como o número 222, tive como objetivo representar esse equilíbrio e harmonia que passamos a vida à procura. Encaro a minha arte como uma possibilidade de fugir à realidade, criando um ambiente feliz e agradável onde todos se possam sentir acolhidos, apesar de todos os conflitos (internos e externos) que possam existir. Primeiramente, rabisquei, num post-it, às pressas, estudos para aquilo que viria a ser transportado para a tela. Optei por desenhar um coelho, pois é já um símbolo pessoal, tendo-o desenhado em vários trabalhos anteriormente. Após desenhar a figura central da obra, pensei no que a rodearia. Tenho um especial gosto por desenhar flores e vegetação, pelo que não foi difícil decidir inserir o coelho numa colorida paisagem campestre sob um céu azul com duas nuvens e uma borboleta, outro animal bastante frequente nos meus trabalhos
Para além disso, acrescentei os dois emojis amarelos. Estes encontram-se em lados opostos da pintura e apresentam uma diferença na expressão facial (um está feliz e o outro triste). Resolvi representar esta distinção pois apesar de procurar representar um mundo “perfeito”, sei que este não é realmente possível de se alcançar. Deste modo, os emojis fazem uma distinção de humor, já que não é possível estarmos felizes o tempo todo.
Foi com este pensamento que decidi deixar o coelho com uma expressão facial neutra, ninguém pode afirmar que ele está deprimido ou feliz, mesmo estando inserido num ambiente alegre. Após o desenho de todos os elementos, procedi para a pintura a tinta acrílica com o predomínio de tons claros. Esta foi, sem dúvida, a parte mais demorada.
Seguidamente, com o trabalho quase concluído, realizei alguns pormenores a branco com uma tinta 3D, de forma a criar mais algum relevo, e, recorrendo à técnica do pontilhismo, pintei pontos de diferentes cores para transmitir uma maior sensação de diversidade, garantindo um maior interesse ao quadro. Por fim, dei por terminado o trabalho.
Em suma, estou orgulhosa do resultado. Foi um desafio do início ao fim, nunca tinha pintado uma tela tão grande e não sabia se ia correr muito bem. Sinto-me, no entanto, contente com o meu trabalho livre. Penso que consegui inovar e melhorar a minha técnica, enquanto apresentei um trabalho com um importante valor emocional para mim. Tendo, portanto, concluído com sucesso todos os objetivos que propus a mim própria.
Escola Secundária de Águas Santas, 21 de março de 2022
Beatriz Maria Pereira, no1, 12oD
YOBEA
Maybe I Am Overthinking; 2021; 30x25cm; técnica mista s/tela
Definição de overthinking: a ação de pensar demasiado em algo, de uma forma que não
possui qualquer utilidade.
Nesta memória descritiva vão ser relatados todos os passos dados para a concretização do Trabalho Livre do 1.º período do 12.ºano. O suporte é uma tela (30x25cm) e recorri a uma técnica mista com tinta acrílica, canetas de feltro e canetas permanentes. “Maybe I Am Overthinking/Talvez esteja a pensar demasiado” é uma frase que repito frequentemente, tanto em inglês como em português. Tenho um gosto especial por me definir como uma “pensadora nata”, pois estou sempre a pensar em todos os porquês, poréns e possibilidades das coisas. Desta forma, surgiu o tema que viria a dar título ao meu trabalho. Tinha como objetivo abordar este “overthinking” misturando-o com elementos mais leves e pessoais, que me trouxessem uma certa calma, acabando por criar um paradoxo entre ansiedade e tranquilidade. Para isto, penso que contribuiu a influência de artistas como Dayris Felix, que apresenta trabalhos que me têm interessado, uma vez que as suas obras despertam em mim essa “certa calma”, e Titsa, que aborda temas de extrema importância através de ilustrações leves.
No meu bloco de estudos, desenvolvi o esboço inicial do projeto. Desenhei um padrão geométrico; uma fada, que remete para a minha infância, a tocar numa borboleta, que, por sua vez, remete para a minha adolescência. As borboletas são um dos meus animais preferidos, símbolos da transformação/metamorfose. Para além disso, “rabisquei” também algumas fases da lua (metáforas para a feminilidade), dois pequenos fantasmas que remetem para a morte, um coelho a chorar, sendo que o coelho é já um símbolo da minha produção artística e, por último, uma caixa de leite estilo Kawaii que verte o leite para fora. Para além disso, escrevi as frases “Maybe I am overthinking” e “I almost wish we were butterflies”, que traduzindo significa: “Eu quase que desejo que nós fôssemos borboletas”, e espalhei algumas flores pela composição. A seguir, passei o trabalho para a tela, dando início à pintura com tintas acrílicas das mais variadas cores. Estava com bastante receio de usar acrílicos uma vez que não é uma técnica à qual recorro frequentemente.
Seguidamente, usei canetas de feltro para preencher as letras e realizar alguns pormenores. Acrescentei, também, tinta acrílica dourada e prateada para criar brilhos e utilizei uma caneta permanente preta para escrever e contornar alguns elementos. Por fim, produzi alguns pequenos detalhes com uma caneta permanente branca. Assim, dei por concluído o meu trabalho livre.
Para terminar, estou bastante satisfeita com o meu trabalho. Diverti-me a fazê-lo e considero-o, até à data, o meu trabalho livre favorito. Não é a primeira vez que abordo um tema ligado ao meu psicológico num trabalho, no entanto, esta é a minha leitura mais pessoal e intimista de um problema que me afeta há vários anos: a ansiedade e o “overthinking”.
Escola Secundária de Águas Santas, 2 de dezembro de 2021
Beatriz Maria Pereira, no1, 12oD
YOBEA
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