segunda-feira, 6 de junho de 2022

Cidadania e Desenvolvimento - Mutilação Genital

 

Beatriz Pereira, 12.ºD


Local: estúdio de gravação (talk show) 
Entrevistadora: Sandra Oliveira Entrevistada: Helena Santos
Tema da entrevista: mutilação genital

Sandra: A mutilação genital feminina é uma prática cruel e ainda presente no mundo. Estima-se que mais de 125 milhões de raparigas e mulheres sofreram este tipo de abuso. No programa de hoje, damos voz a estas mulheres. Tenho aqui comigo a ativista Helena Santos, representante da associação “Flor do Deserto” em Portugal.
Boa tarde, Helena, por que motivo esta violenta tradição ainda existe?
Helena: Boa tarde, Sandra.
Em primeiro lugar, a mutilação genital feminina está essencialmente concentrada em 30 países na áfrica e no oriente médio. No entanto, esta prática ocorre também entre populações emigrantes espalhadas ao redor do globo. Só em 2019, Portugal registou 129 casos de mutilação genital feminina e, estima-se que mais de 6 mil mulheres residentes no nosso país foram submetidas a esta mutilação do órgão sexual.
Dito isto, as razões apontadas para este problema passam pela aceitação social, religião e desinformação sobre higiene. Muitas comunidades acreditam que é uma forma de preservar a “virgindade” da mulher, tornando-a “pura” e “casável”.
Normalmente, as mulheres são mutiladas ainda na infância e, desse modo, não têm noção do que realmente aconteceu. É somente quando são mais velhas que o problema começa a surgir com mais clareza e definição.
Sandra: E que problemas são esses?
Helena: As consequências físicas são diversas: dores, perda excessiva de sangue, dificuldades em urinar, infeções, que podem ser provocadas devido à falta de higiene durante o procedimento, infertilidade, complicações durante o parto e, como é lógico, a diminuição do prazer sexual.
Para além disso, tenho de destacar os problemas psicológicos, é difícil viver com o trauma, o que pode levar, por exemplo, à depressão, à insegurança, baixa autoestima e ao estresse pós-traumático.
Sandra: Para terminarmos, de que modo podemos ajudar e lutar pela extinção desta tradição?
Helena: É essencial apoiar as vítimas e educar as populações para o perigo da mutilação.
Quem nos está a assistir em casa, pode ajudar associações como a “Flor do Deserto” através de doações e voluntariado.
(Fim da entrevista)


A cada 11 segundos, uma menina é mutilada. A cada 3 meninas, 1 morre como resultado da mutilação. 
...Todas elas. Tiveram o corpo e o direito ao prazer cortados por facas, cacos de vidro ou lâminas caseiras. Sem anestesia. E sem consentimento.
Apesar de todos os esforços, existe ainda um longo caminho a percorrer. 

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-47136842

https://www.desertflowerfoundation.org/en/home.html

https://plataformamulheres.org.pt/artigos/temas/violencia-de-genero/mutilacao-genital-feminina/

https://www.apav.pt/uavmd/index.php/pt/intervencao/mutilacao-genital-feminina

https://apav.pt/apav_v3/index.php/pt/566-relatorio-unicef-sobre-mutilacao-genital-feminina

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