Joana Madureira, Morbid: Realistic Analysis
"Nesta memória descritiva vão ser relatados todos os passos dados para a concretização do trabalho livre, “Morbid: Realistic Analysis”, do terceiro período do 11.º ano. O esboço inicial e simplificado foi realizado numa folha de papel A4, com a utilização de marcador cor de rosa. A escolha do material não teve nenhuma razão em particular, apenas era o que estava mais de fácil acesso para um registo rápido da ideia primária. O esboço não contém elementos que já teriam sido planeados para a composição final.
Em seguida, o esboço foi transportado para papel vegetal onde adicionei alguns dos elementos restantes da composição já “mentalmente visualizada” e estudada. Escolhi transportar para papel vegetal porque não conseguia ver claramente certos detalhes no esboço anterior, por outras palavras, serviu para passar a limpo.
O próximo passo foi passar para o suporte final que seria uma tela de 50x70cm. O registo base foi realizado a lápis grafite e algumas linhas a marcador preto. Desta vez, como seria o preparo para o produto final, tinha de ter a certeza que adicionava todos os elementos da composição que tinha pensado inicialmente e de igualmente fazer com que todos os elementos fizessem “parte da tela” e não aparentassem ser “postos aleatoriamente”.
A fase seguinte foi quando comecei a pintar. Utilizei uma técnica mista de marcador, guache, tinta acrílica, tinta acrílica para tecido e tinta de óleo. Necessitei de usar os dedos e pincéis apenas molhados com água para espalhar a tinta de maneira mais suave em alguns momentos. Contrastes de cor e sobreposições foram utilizados. Neste trabalho a cor foi utilizada como emoção e como um recurso irónico de sensações.
Este trabalho foi concretizado ao longo de aproximadamente dois meses e foi uma experiência que apreciei bastante. Considero um dos meus melhores e mais elaborados trabalhos até à data. Genuinamente gostei de o realizar, achei interessante esquematizar toda a sua temática como uma história através de cores, estilos, linhas, etc... O seu significado, interpretação ou intuito é algo que tenciono que parta de cada um e não que eu mesma explicite. Dei o título de “Morbid: Realistic Analysis” que traduzido seria “Mórbido: Análise Realista.”
Sílvia Silva, Dream, 2021
Caneta de ponta fina preta, lápis de cor, aguarela, caneta branca, papel de aguarela, 29,7x42cm
"Nesta memória descritiva vão ser relatados todos os passos dados para a realização do projeto do trabalho livre. A partir da proposta da professora de elaborar um trabalho de um desenho à nossa escolha, com a(s) técnica(s) à nossa escolha, ´´tive a ideia de fazer um desenho baseado num sonho que tive no início deste ano, 2021.
Comecei a elaboração do meu trabalho numa folha de papel de aguarela A4 e fiz duas linhas a dividir em 3 espaços de tamanhos diferentes a folha. No primeiro espaço, desenhei foquei-me na parte dos olhos de uma das pessoas que apareceu no sonho. Na segunda parte, desenhei uma garrafa de ice tea com água e no lado esquerdo da garrafa escrevi “Afinal, é uma garrafa de ice tea com água” e no lado direito escrevi “Água disfarçada de ice tea”. No terceiro espaço desenhei um baralho de cartas no meio de uma mesa e 4 cartas em 2 lados da mesa e tanto o baralho como as cartas eram diferentes no sonho, em tamanho e formato. De seguida, contornei o desenho com uma caneta de ponta fina preta e comecei a colorir todas as partes. Decidi usar um lápis de cor, uma caneta branca para fazer dois pormenores nos olhos da pessoa e na garrafa, pintei com aguarela o fundo e a mesa e escrevi a parte de texto do segundo espaço com a caneta de ponta fina preta.
Decidi fazer este desenho porque quis experimentar fazer um tema diferente. Não costumo desenhar muito os meus sonhos porque muitas vezes não me lembro deles ou não são muito interessantes. Já este sonho, além de o achar interessante, também o achei um pouco estranho, muito real, específico demais e tinha três amigos meus envolvidos. Cada parte do desenho corresponde, obviamente, a uma cena do meu sonho. O primeiro espaço corresponde ao início do sonho, onde estava num concerto e parecia que estava em 2018. Nesse concerto, olhei para um dos membros da banda que estava lá e foquei-me muito nos olhos dele e também nos seus óculos. Já o segundo espaço corresponde a uma cena em que queria um ice tea de limão e afinal o que tinha era uma garrafa de ice tea com água e disse para a minha amiga, que estava comigo: “Água disfarçada de ice tea”. Por fim, o último espaço corresponde ao final do sonho, onde estou eu e a minha amiga a ver dois amigos a jogar às cartas e essa cena específica faz com que pense que talvez essa cena se passa em 2019, mas sentia que ainda estava em 2018. Como já tinha referido, também achei esse sonho um pouco estranho, o que fez com que acordasse a meio da noite e ao tentar dormir, tinha outra vez esse sonho e foi difícil para mim continuar a dormir."
Érica Lopes, Shibari, 2021
aguarela, acrílico, guaches, tinta-da-china e caneta de ponta fina s/papel aguarela A3
"No trabalho livre inspirei-me em fotos que vi na página do meu Instragram. Shibari ou Japonese Bondage ou originalmente chamada de Kinbaku literalmente significa “a beleza da ligação firme”. Shibari é uma técnica japonesa que envolve amarrar uma pessoa usando padrões, geralmente com vários pedaços de corda. Foi utilizada principalmente para atividades sexuais mas mais tarde tornou-se uma forma de arte corporal.
Como disse no começo, este trabalho foi inspirado em imagens de pessoas que praticam esta técnica, mas na maioria eram mulheres, era muito raro ver um homem a fazer esta técnica, e como tenho melhor facilidade com anatomia de homens, decidi fazer um homem. Comecei por desenhar o homem no lugar onde queria, no caso desenhei-o no meio e de cabeça para baixo. Após isso, iniciei por pintar o fundo com verde-escuro, e só depois passei para as cores do corpo. Na parte do corpo usei preto e branco para depois dar um maior destaque às cordas. Este trabalho, em geral, foi uma experiência minha com o “realismo”.
Estava a ter bastante dificuldade para fazer a parte do peito, pois estava a achar que as cores não estavam a sair da maneira como queria, não havia contraste do branco, cinza e preto, e isso estava a deixar-me irritada, mas no final consegui o que queria e saiu melhor do que esperava.
Depois de terminar a parte do corpo, passei para a parte das cordas e do cabelo, já que eram partes com cores mais sólidas. Como tinha dito no início, ia usar uma cor para contrastar com o preto e o branco do corpo, daí o vermelho, pois queria uma cor que se assemelhasse a sangue, por isso fiz uma mistura de vermelho, preto e castanho. Ao terminar de pintar as cordas, passei para o cabelo, que era simplesmente pintar de preto.
No final da pintura, acabei por fazer salpicos e escorrimentos de tinta em algumas partes do fundo, pois não estava a gostar da cor verde simplesmente, a cor usada nos salpicos e nos escorrimentos foi a mesma das cordas. Ainda na parte dos escorrimentos, acrescentei uma cor mais escura no meio, no caso só acrescentei um bocado de preto à tinta vermelha e misturei até chegar ao que queria.
Neste trabalho usei aguarelas, acrílico, guaches, tinta-da-china e caneta de ponta fina, e foi tudo trabalhado numa folha de aguarela A3.
Gostei bastante de fazer esta pintura, embora no início não tivesse muitas expectativas, mas no final fiquei bastante feliz com o resultado."
Joana Alves
Sara Costa, Skin and Bones
"Nesta memória descritiva serão relatados todos os passos dados para a concretização do projeto do trabalho livre, ou seja, ao gosto do aluno.
Neste período decidi realizar um trabalho, o qual denominei de “Skin and Bones”, com o objetivo de denunciar o estereotipo de corpo ideal e as repercussões que o mesmo traz, nomeadamente na saúde.
Iniciei o projeto com um esboço de uma mulher, a qual dividi a meio, e no lado direito desenhei a outra metade, mas em forma de esqueleto. A parte referida anteriormente foi realizada a trama com caneta de ponta fina preta, enquanto na outra metade, foi utilizado lápis de cor. Por último escrevi as palavras “Skin” e “Bone” de forma repetitiva.
Os ideais do corpo perfeito podem levar a transtornos alimentares, como a que está representada neste trabalho, a anorexia nervosa. Esta doença baseia-se na distorção da imagem corporal, com medo extremo de obesidade. Cerca de 95% dos casos são jovens mulheres. (https://www.cuf.pt/saude-a-z/anorexia-nervosa)
Do lado esquerdo a mulher representa o ideal da nossa sociedade. Esta segura no telemóvel como um símbolo da pressão das redes sociais que distorcem o que é real e o que é falso, levando crianças e adolescentes a tentar alcançar uma beleza não existente. O lado direito espelha a triste realidade à qual muitos estão presos, ou seja, a busca inalcançável pela magreza, que, em alguns casos, leva à morte (preto).
Para concluir, este trabalho demonstra a realidade nos nossos dias que se torna cada vez mais real e a qual deve ser travada antes que mais inocentes pessoas sofram ou percam a vida por algo fictício."
Daniela Dias, Call me Love
"Nesta memória descritiva vão ser relatados todos os passos dados para a concretização do projeto do trabalho livre, ou seja, um trabalho ao gosto do aluno.
Para o terceiro período decidi que o meu trabalho se iria intitular de “Call me Love”. Este trabalho começou pela realização de algumas pesquisas na procura de ideias. Após reunir alguns elementos que gostaria que fizessem parte do meu trabalho passei para a folha de papel aguarela A3 onde realizei um fundo, na base de cores branca, cinza e preto, com aguarela. Após a secagem do fundo comecei a desenhar a caveira central, onde utilizei lápis grafite 6B e guache branco. Posteriormente passei a desenhar as cobras com lápis de cor e as mãos em que utilizei lápis de grafite, guache e marcador. Por fim, terminei o meu trabalho com o apontamento na mão da caveira central, “Love”, sendo uma tatuagem. Como em outros trabalhos antigos, aproveito sempre o trabalho livre para transmitir um pouco do meu sentimento e da minha realidade. Então, achei que o amor seria um bom tema para retratar. Ao representar uma caveira a “explodir” pretendi mostrar que muitas vezes o amor é algo que nos consome e que pode acabar por destruir uma pessoa. A mão com os dois dedos a entrar pela boca pode, de certa forma, representar repugnância, no caso, pelo o amor, tendo eu escolhido a tatuagem “Love” para a mão. Na parte superior da caveira decidi fazer uma macha de pintinhas vermelhas, que pode significar pensamentos e sentimentos envolvidos e a cor vermelha porque representa o amor. As duas cobras representam o perigo e a força. Terminei o meu trabalho desenhando dois esqueletos de mãos soltos que acabam por complementar o meu trabalho."
Beatriz Pereira
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