quinta-feira, 22 de março de 2018

Trabalho livre de Nuno Santos


Nuno Santos, Thea, 2018, acrílico e glitter s/tela, 60x40cm



  Como projeto livre deste período, para a disciplina de Desenho A, propus-me a fazer uma ilustração de uma personagem criada por mim.  Mais uma vez, decidi desafiar-me a mim mesmo.. Todas as personagens que eu alguma vez criei foram em desenho digital, e decidi trazê-las para ''papel''..
  No meu trabalho é possível ver uma figura feminina, essa figura chama-se '' Thea ''.  Thea... nascida e criada num tempo muito antes da Terra ser como a conhecemos. Nos primórdios do planeta Terra, foram criadas duas tribos... os Solar e os Lunar.  Ambas as tribos tinham a obrigação de criar e guiar os próximos guardiões do sol e da lua e ajudar em todo o seu crescimento. As tribos eram rivais pois cada uma acreditava que o Fenómeno que louvavam era o todo o poderoso e não o contrário, tinham ideias sobre a criação do mundo contrárias. Os Solar eram rígidos, treinavam 24h por 24h, um corpo saudável criava a mente saudável, o corpo deveria ser tão trabalhado como a mente, se não ganhasse a força, a inteligência iria... Os Solar eram autênticos guerreiros, acreditavam que o Sol era fonte de força e de animo, e que a lua era o lado obscuro e o erro da Mãe-Terra.
   Por outro lado, os Lunar eram liberais, toda a sua força estava no poder que a terra lhes oferecia, eram dedicados às artes antigas de bruxaria, acreditavam que haviam forças por detrás deles que ninguém poderia conhecer totalmente. Acreditavam que a lua era sinal de vida após a morte, que a lua renasceria todos aqueles que a louvassem.
   Nesta altura, tanto como o Sol e a Lua poderiam ser vistos no céu, ao mesmo tempo, durante as 24h do dia.
  E então aconteceu, no primeiro solstício do ano, nasceram as duas lendas.. Os dois protetores dos grandes ''deuses''. A protetora do sol, Thea, e o protetor da lua, Mhangu...  Mesmo com o desentendimento das tribos, os dois cresceram juntos, sem saber o grande poder que carregavam nos seus ombros..
  No dia dos seus 16 anos, ambos ficaram a conhecer o seu potencial, o que ambos teriam que fazer daqui para a frente, que seria representar os dois deuses na Terra.  Um ano depois nos aniversários de 17 anos iriam ser coroados, só que este par de jovens estava cada vez mais apaixonado um pelo outro, esta ''proibição'' de estar juntos, uniu-os.
  Na coroação de Thea, Mhangu apareceu e interrompeu a cerimônia e ambos revelaram o seu amor ás duas tribos, e depois fugiram, mais tarde suicidando-se. Suicidaram se pois estavam fartos das regras impostas, das proibições, dos deves e não deves fazer, apesar de tudo, eram dois jovens apaixonados.  A Mãe Terra ao saber deste feito, parabenizo-os ao fazer que estes transcendessem para o Sol e a Lua respetivamente para que finalmente pudessem ser felizes juntos.
  Por outra via, a tribo Lunar, lançou uma das suas magias negras, para que estes não pudessem estar juntos nem depois da morte, daí o sol e a lua nunca mais aparecerem juntos no céu.
  E ao isto acontecer, a Lua todos os dias morria, para que deixasse o Sol respirar e vice-versa.
  E todos os eclipses que até hoje aconteceram, foram as únicas vezes que por saudades, estes dois amados conseguiram se reunir novamente.
  Como suporte usei uma tela de 40cmx60cm, e como técnica usei o acrílico e glitter, mais um desafio para mim pois quis sair da minha zona de conforto e tentei algo novo.
  Acho que consegui trazer um bocado do meu eu antigo, pois esta foi a primeira personagem e história que criei e realmente sinto um carinho por esta obra.
Nuno Santos, 12.ºE

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